domingo, 27 de abril de 2008

O Cavaleiro das Trevas

"Onde está a dor? Eu deveria ser uma massa de músculos exaustos e doloridos... fracos, desgastados, incapazes de se mover. Se eu fosse mais velho, com certeza estaria assim... mas hoje eu sou um homem de trinta anos... não, vinte. A chuva em meu peito é um batismo. Eu nasci outra vez."

Na HQ mais dark e sombria que já li, o Homem-Morcego retorna de sua aposentadoria em uma Gotham City decadente, dominada pelo crime, a mercê de políticos corruptos, esquivos, omissos e fracos. A opinião pública se divide sobre a atuação do Batman, enquanto os políticos passam a batata quente de mão em mão. Em uma passagem, o Presidente diz que não pode se pronunciar sobre o Batman, pois é assunto do governo estadual, o governador diz que o problema é municipal e o prefeito finalmente repassa a questão para a recém empossada chefe de polícia. Parece com uma cidade cosmopolita ao sul do equador? Sim.

Juntamente com Watchmen, o Cavaleiro das Trevas é um dos clássicos dos quadrinhos que surgiram na década de oitenta. Frank Miller criou uma estória para ser lida ao som de Mezzanine, mas não creio que o Massive Attack faça a trilha do filme que estreiará nos próximos meses. Aliás, o filme homônimo só é semelhante no nome. Uma pena... adoraria ver a cena em que Batman, já sessentão, dá uma surra no Superman.

Batman é realmente um personagem complexo e maldito. Sempre foi um de meus heróis prediletos, ao lado do Homem-Aranha. Humano, solitário, sem super-poderes, contando apenas com sua engenhosidade e força. Ele é mau, muito mau.

Watchmen é outra estória sombria. Num mundo decadente e a beira da terceira guerra mundial, vigilantes, banidos por lei, tentam combater o crime e desvendar o mistério que ronda a morte de seus colegas. Os vigilantes estão se tornando filme sob a batuta de Zach "300" Snyder. O precedente do diretor é bom. Vamos esperar e ver o resultado...

"Who watches the Watchmen?"