Faz um calor infernal. Meus vizinhos se divertem à piscina ao som de uma trilha sonora que vai de rock anos 80 à Maná. O Porto joga com o Benfica na TV e eu aproveito o intervalo para escrever um pouco. Escuto Xutos e Pontapés no fone. O rock em português soa meio estranho, mas estou me acostumando.
O jornal lido está dobrado e meio amassado no porta revistas. Revistas velhas acumulam-se na estante. Um dia vou jogá-las fora. Passo a mão pelo rosto e lembro que ainda tenho que fazer a barba. O joelho não dói e isso é bom.
A autobiografia do Andy Summers está a minha frente sobre a escrivaniha do escritório. Estou gostando. Há algo de comum nas biografias de músicos que li. Autodidatas começaram sua paixão pelo instrumento que escolheram e pela música no início da adolescência. Ganharam um violão de alguém e foram autodidatas. Lembro da minha gaita na gaveta ao meu lado. Preciso voltar a tocar.
Minha filha entra no escritório e me dá um beijo. Ela já tem um tecladinho, penso em colocá-la na aula de música, mas talvez ainda seja cedo, ou não. Ela não parece se interessar muito.
Acho que o jogo já recomeçou. Daqui a pouco acabará o domingo e lá se vai meu pequeno período de férias semanais. Quem sabe eu ganho na Mega Sena.
"E lá se vai mais um dia..."
Beto Guedes
O blog do Marcelo Cerveira. Aqui você lê sobre música, livros e sobre a vida aos 40 anos.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Então é Natal...
Uma certa melancolia natalina toma conta de mim nessa época do ano. Tendo a ouvir músicas mais introspectivas, mais Morrissey, mais fado. Alguns acontecimentos recentes deixaram-me um pouco mais triste. A morte de alguns parentes, uma mãe irresponsável, uma lesão no joelho...
Mas assim como o Natal se vai, também vai a melancolia e depois do Ano Novo.
"Many rivers to cross
But I can't seem to find
My way over"
Jimmy Cliff
Mas assim como o Natal se vai, também vai a melancolia e depois do Ano Novo.
"Many rivers to cross
But I can't seem to find
My way over"
Jimmy Cliff
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O Dia da Música
No último sábado foi comemorado o dia da música. A música é a forma de arte com a qual tenho mais contato. Ela esteve presente em vários momentos da minha vida e me acompanha quase que diariamente. Não sei viver sem música e esteja alegre, esteja triste, ouço música.
Comecei com as cantigas de roda, que em minha família cantávamos quando era pequeno. Depois por um curto período não dei muita bola para música, mas lá pelos 11 anos comecei a me ligar novamente. Nessa época ouvia música pop e pop rock. Lembro que o primeiro disco de rock que comprei, foi uma coletânea chamada Flipper Hits. Lá estavam Survivor, Asia, The Gogo's, depois comecei a ouvir Madonna e Kiss.
Nessa mesma época fui atingido pelo BRock. E veio o New Wave. E o movimento Dark. E o The Police. Minha adolescência foi marcada por música e a cada vez que ouço Ska, Message in a Bottle, Charlotte Sometimes e outras músicas da década de 80, as imagens voltam a minha frente.
Ouço música triste. Já fui repreendido por isso: "O Marcelo só ouve música de cemitério". O que há com as pessoas que não conseguem ver beleza também na coisas tristes. Recentemente descobri o fado e a beleza triste da voz de Amália ou de Mariza me conquistaram. E Portugal está marcado em mim através de sua música.
Ouço música alegre. Já fui reprendido por isso: "O Marcelo só ouve música de maluco". Na explosão de som e fúria do Punk e do Grunge eu pulei, gritei e expulsei meus demônios. Nada melhor que um bom show de rock para tirar o estresse.
É com alegria que vejo como o Rio voltou a fazer parte do circuito de shows internacionais. Este ano vieram Madonna, Elton John, Diana Krall, Interpol, Muse e outros que não me lembro. Parece o início da década de 90. Espero que continue assim, para o bem dos amantes da música.
"Há uma música do povo
Nem sei dizer se é um fado
Que ouvindo a um ritmo novo
Um ser que tenho guardado."
Mariza
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Amor Platônico
Pensei que aos 37 anos de idade não fosse mais me apaixonar. Para mim isso era coisa de adolescente. Ledo engano. Apaixonei-me por Portugal.
Passados 2 meses de minha viagem a Portugal ainda tenho vivas na memória as imagens que vi por lá. Quero voltar assim que possível. E se pudesse voltaria todo ano para lá. Achei meu Maricá. É para lá que eu quero ir em todas as minhas férias. É lá que quero morar quando me aposentar, ou quando ganhar na loteria. O que acontecer primeiro.
A música de Mariza e Ana Moura me enchem de saudades do Parreirinha da Alfama e de Vila Nova de Cerveira. Espere por mim Portugal, eu volto em breve.
Passados 2 meses de minha viagem a Portugal ainda tenho vivas na memória as imagens que vi por lá. Quero voltar assim que possível. E se pudesse voltaria todo ano para lá. Achei meu Maricá. É para lá que eu quero ir em todas as minhas férias. É lá que quero morar quando me aposentar, ou quando ganhar na loteria. O que acontecer primeiro.
A música de Mariza e Ana Moura me enchem de saudades do Parreirinha da Alfama e de Vila Nova de Cerveira. Espere por mim Portugal, eu volto em breve.
domingo, 24 de agosto de 2008
Vila Nova de Cerveira - Eu Fui!!!
Chegar em Portugal foi uma grande conquista. Foi como me formar na faculdade ou terminar o mestrado. A terra dos meu avós é linda, e agora também a considero minha terra. Portugal me conquistou ao primeiro encontro. Se não pela vista do Porto as margens do rio Douro, ou pela voz de Mariza, nova musa do fado, talvez pelo casario da Alfama em Lisboa e pela singela beleza de Vila Nova de Cerveira, as margens do rio Minho.
Quando cheguei em Cerveira a cidade estava em festa, com as ruas enfeitadas e banda de música tocando. Foi lá que comi o primeiro bacalhau em Portugal. No alto de um monte, uma grande estátua de um cervo, o símbolo da cidade, vigia a todos. Saí de lá bastante emocionado e com a certeza de dizer um até breve.
Em Portugal os motoristas respeitam o sinal vermelho e param para o pedestre atravessar a rua. As ruas são limpas e as praças são lindas com jardins floridos. Os monumentos estão bem cuidados e a comida é maravilhosa.
Quando cheguei em Cerveira a cidade estava em festa, com as ruas enfeitadas e banda de música tocando. Foi lá que comi o primeiro bacalhau em Portugal. No alto de um monte, uma grande estátua de um cervo, o símbolo da cidade, vigia a todos. Saí de lá bastante emocionado e com a certeza de dizer um até breve.
Em Portugal os motoristas respeitam o sinal vermelho e param para o pedestre atravessar a rua. As ruas são limpas e as praças são lindas com jardins floridos. Os monumentos estão bem cuidados e a comida é maravilhosa.

O show faz parte da turnê do álbum Transparente, gravado no Brasil e produzido por Jacques Morelembaum. Mariza é acompanhada por uma orquestra de cordas e pelo próprio Jacques no violoncelo. Ela canta com tal intensidade que é difícil não se emocionar. Destaque para Montra, Há uma Música do Povo e a lacrimejante Ó Gente da Minha Terra. Esta última fecha o disco em grande estilo. Mariza tem uma voz linda e afinadíssima que dá ao fado a medida certa de dramaticidade.
"Ó gente da minha terraSó agora eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi"
sábado, 26 de julho de 2008
As Últimas do Emule
Acabo de baixar o show do Sting em Montreux em 2006. Ótimo show. Sting se despe da roupagem jazzística que o acompanha há algum tempo e faz um show apenas com baixo, 2 guitarras e bateria. Acredito que já se preparando para a turnê do The Police que iniciou logo em seguida, ele se apresentou com uma pegada bem rock. Seu velho companheiro Dominic Miller era um dos guitarristas, o outro eu desconheço. O baterista parece ter saído de uma banda punk. Pena que o show transmitido pela TV Suiça era cortado e não rolou na íntegra.
O show começa com Message in a Bottle e Synchronicity 2, que não coincidentemente são as duas músicas de abertura durante a turnê do The Police. Seguem ainda, Walking on the moon, Driven to tears, Every breath you take, Next to you e outras. Que conseguir baixa, vale a pena.
Outra aquisição recente é o raro álbum de Billy Duffy (guitarrista do The Cult) e de Mike Peters (vocalista do The Alarm), contando ainda com Craig Adams (baixista do The Mission) e Scott Garret (ex-baterista do The Cult). Rock'n'Roll de primeira, com sonoridade bem parecida com o The Cult. Ótimas músicas e com os riffs de guitarra bem característicos do Duffy. Heavy rain e Under the sun são pontos altos do disco. Corram atrás e fucem a internet.
Acabei procurando alguma coisa do The Alarm, li que a banda nasceu no início da década de 80 e fez parte do movimento pós-punk. Ainda influenciados por The Clash e outras bandas punk eles tinham uma postura de protesto e não raro eram comparados ao U2. Parece que ainda estão na ativa e o mais recente álbum de estúdio é de 2006. Vou tentar baixa o segundo disco, Strenght de 86.
O show começa com Message in a Bottle e Synchronicity 2, que não coincidentemente são as duas músicas de abertura durante a turnê do The Police. Seguem ainda, Walking on the moon, Driven to tears, Every breath you take, Next to you e outras. Que conseguir baixa, vale a pena.
Outra aquisição recente é o raro álbum de Billy Duffy (guitarrista do The Cult) e de Mike Peters (vocalista do The Alarm), contando ainda com Craig Adams (baixista do The Mission) e Scott Garret (ex-baterista do The Cult). Rock'n'Roll de primeira, com sonoridade bem parecida com o The Cult. Ótimas músicas e com os riffs de guitarra bem característicos do Duffy. Heavy rain e Under the sun são pontos altos do disco. Corram atrás e fucem a internet.
Acabei procurando alguma coisa do The Alarm, li que a banda nasceu no início da década de 80 e fez parte do movimento pós-punk. Ainda influenciados por The Clash e outras bandas punk eles tinham uma postura de protesto e não raro eram comparados ao U2. Parece que ainda estão na ativa e o mais recente álbum de estúdio é de 2006. Vou tentar baixa o segundo disco, Strenght de 86.
domingo, 13 de julho de 2008
Distrações
Dois projetos têm me distraído e tomado o meu tempo e ponto de eu me desligar das outras coisas que gosto de fazer. Há tempo que eu não escrevo e até me desinteressei por televisão. Perdi o interesse por Heroes, e por outras séries. Perdi a última temporada de House quase toda.
Às vezes isso acontece, algo toma minha atenção completa e eu esqueço de tudo. É como aquela antiga propaganda do Cremogema: "eu esqueço minha bola, eu esqueço minha boneca, quando tomo Cre-cremogema-cremogema". Alguém se lembra do Cremogema?
Mas como as coisas estão retornando ao seu ritmo normal eu vou retomar a escrita. Vou iniciar hoje o espaço Discaço do Mês. Divulgarei sempre um álbum da minha vasta coleção com minhas impressões sobre o disco.
DISCAÇO DO MÊS
Às vezes isso acontece, algo toma minha atenção completa e eu esqueço de tudo. É como aquela antiga propaganda do Cremogema: "eu esqueço minha bola, eu esqueço minha boneca, quando tomo Cre-cremogema-cremogema". Alguém se lembra do Cremogema?
Mas como as coisas estão retornando ao seu ritmo normal eu vou retomar a escrita. Vou iniciar hoje o espaço Discaço do Mês. Divulgarei sempre um álbum da minha vasta coleção com minhas impressões sobre o disco.
DISCAÇO DO MÊS

Aproveitando a passagem do Muse pelo Brasil (dia 30/07 - Vivo Rio), apresento seu terceiro álbum de estúdio, Absolution. Comparado ao Radiohead no início da carreira, o Muse mostrou nesse disco que é muito mais do que um seguidor dos compatriotas. Os três integrantes tocam juntos desde os 13 anos de idade e mostram um grande entrosamento ao vivo. Com uma mistura bem acertada de rock e eletrônica, Absolution é um excelente disco. Os vocais de Matthew Belami soam apocalípticos. É esse o tema da primeira música: "...This is the end, this is the end of the world... come on is time for something biblical...". Teclado e guitarra compõe um clima dramático em "Apocalipse please" que persiste em "Our time is running out". Esta última começa com o baixo de Chris Wolstenholme e vai crescendo em dramaticidade. A bateria de Dominic Howard entra com o peso certo para compor com o baixo um poderoso conjunto. "Sing for Absolution" é um veículo para Belami soltar a voz. Melódica e lenta, Belami mostra o talento no refrão soltando o agudo.
A próxima música tem um ritmo rápido ditado pelo baixo e a bateria. Belami mostra também que é bom guitarrista e toca com ferocidade. O álbum segue em ritmo alternado, como em "Falling away with you" que ora tem momentos de calmaria e peso com mais uma vez Belami mostrando versatilidade na voz. "Interlude" é pesada e dá vontade de sair pulando pela sala. "Hysteria" parece ter saído de um disco do Radiohead no início da carreira. "Blackout tem uma ótima letra: "...You got to change the world and use this chance to be heard your time is now...".
"Butterflies and Hurricanes" é outro convite ao pula-pula com Dominic arrebentando a bateria. O disco ainda têm mais 4 boas músicas, com destaque para última "Ruled by secrecy" que fecha o disco com o peso da guitarra de Belami.
É um discaço que merece estar em qualquer estante. Infelizmente não poderei ir ao show, pois estarei em Portugal, mas recomendo a todos os meus amigos.
A próxima música tem um ritmo rápido ditado pelo baixo e a bateria. Belami mostra também que é bom guitarrista e toca com ferocidade. O álbum segue em ritmo alternado, como em "Falling away with you" que ora tem momentos de calmaria e peso com mais uma vez Belami mostrando versatilidade na voz. "Interlude" é pesada e dá vontade de sair pulando pela sala. "Hysteria" parece ter saído de um disco do Radiohead no início da carreira. "Blackout tem uma ótima letra: "...You got to change the world and use this chance to be heard your time is now...".
"Butterflies and Hurricanes" é outro convite ao pula-pula com Dominic arrebentando a bateria. O disco ainda têm mais 4 boas músicas, com destaque para última "Ruled by secrecy" que fecha o disco com o peso da guitarra de Belami.
É um discaço que merece estar em qualquer estante. Infelizmente não poderei ir ao show, pois estarei em Portugal, mas recomendo a todos os meus amigos.
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