Acabo de chegar de Manaus, onde convivi por 10 dias com 2 adolescentes. É engraçada a reação deles a tudo que vem de nós mais velhos. Em geral as coisas que apresentamos são consideradas chatas, velhas e ultrapassadas (caretas, para usar um termo mais apropriado). Seja no campo das artes audiovisuais ou literatura ou culinária. Quando tentei convencê-los a assistir Gremlins, me perguntaram se o filme era em preto e branco. Tento me lembrar de como eu era nessa idade e a memória que tenho é que apesar de também negar a geração anterior eu sempre tive um a certa curiosidade de conhecer coisas diferentes.
Entendo que os adolescentes têm a necessidade de se afirmar no mundo e cortar o cordão umbilical com seus pais e começam a fazer suas próprias escolhas. E uma forma de se afirmar é negar aquilo que vêm dos pais (ou das gerações anteriores), do tipo: não sei o que quero mais sei o que não quero. Contudo, da forma com que encaro as coisas agora, tudo que não conheço é uma novidade, tenha sido produzido a 30 anos atrás ou há apenas 30 dias.
O mais incrível é que eu sempre me achei antenado com as novas gerações. Sempre encarnei o velho lema "I hope I die before I get old". Tento sempre conhecer a produção cultural da nova geração, mas creio que isso não é suficiente. Eu sempre serei encarado como o Tio, sempre serei um forasteiro. Não que eu queira fazer parte da turma, mas apenas trocar experiências e impressões. Creio que é preciso amadurecimento para reconhecer que há mais no mundo do que a última melhor banda de todos os tempos. Eu mesmo demorei a curtir jazz, por achar uma música careta.
Acho que não conseguirei vencer esse conflito mesmo tendo boa vontade em passar novos conceitos para a garotada, e talvez seja bom assim. Algumas boas revoluções na música e nas artes em geral ocorreram dessa forma, como o modernismo, o punk rock e o tropicalismo. Aguardo a vez de duelar com minha filha.
"Não confie em ninguém com mais de 30,
Não confie em ninguém com 32 dentes."
Titãs
Entendo que os adolescentes têm a necessidade de se afirmar no mundo e cortar o cordão umbilical com seus pais e começam a fazer suas próprias escolhas. E uma forma de se afirmar é negar aquilo que vêm dos pais (ou das gerações anteriores), do tipo: não sei o que quero mais sei o que não quero. Contudo, da forma com que encaro as coisas agora, tudo que não conheço é uma novidade, tenha sido produzido a 30 anos atrás ou há apenas 30 dias.
O mais incrível é que eu sempre me achei antenado com as novas gerações. Sempre encarnei o velho lema "I hope I die before I get old". Tento sempre conhecer a produção cultural da nova geração, mas creio que isso não é suficiente. Eu sempre serei encarado como o Tio, sempre serei um forasteiro. Não que eu queira fazer parte da turma, mas apenas trocar experiências e impressões. Creio que é preciso amadurecimento para reconhecer que há mais no mundo do que a última melhor banda de todos os tempos. Eu mesmo demorei a curtir jazz, por achar uma música careta.
Acho que não conseguirei vencer esse conflito mesmo tendo boa vontade em passar novos conceitos para a garotada, e talvez seja bom assim. Algumas boas revoluções na música e nas artes em geral ocorreram dessa forma, como o modernismo, o punk rock e o tropicalismo. Aguardo a vez de duelar com minha filha.
"Não confie em ninguém com mais de 30,
Não confie em ninguém com 32 dentes."
Titãs