1987. Eu estava ansioso pelo show. Meu primeiro grande show de rock e com o meu grande ídolo Sting. Naquela época, então com 16 anos, tudo era apaixonante e cheio de superlativos. Eu fui ao show graças ao meu primo que me deu o ingresso. Fomos de cadeira de pista e ficamos bem róximos ao palco. Tênis All Star, camisa e bermuda, e a garganta cantando a plenos pulmões.
2007. Eu estava ansioso pelo show. Ontem, tudo parecia menos importante, apenas algo a se interpor entre mim e o show. Tênis All Star, camisa e bermuda. Entramos cedo, e ficamos falando amenidades a espera do grande momento. As palavras passavam a minha frente sem que eu as notasse. Era como em Confortably Numb: "your leaps move, but I can't hear what your saying".
Aos primeiros acordes de "Vital e sua Moto" já não era mais 2007, era 1987. Apesar da minha artrose constantemente me lembrar do peso de meus quase 37, ali, naquele momento eu tinha 16. Lembrei-me do meu primeiro show do Paralamas em 85. Hebert atacou os acordes iniciais de "Selvagem", música de mais de 20 anos, cuja letra poderia ter sido escrita há poucos meses atrás: "Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos e o espanto está nos olhos de quem vê o grande monstro a se criar." Alguém não vê isso todos os dias?
Ao final de "Óculos" eu estava emocionado e cantava a plenos pulmões, a voz já rouca e vi minha vida passar a minha frente. "Ah meu Deus era tudo que eu queria"...
Chegou o grande momento. Eles entram no palco e nos atacam com "Message in a Bottle". Respondo com palmas e canto o mais alto que posso. Será que amanhã tenho aula na ETFQ? Será que tenho alguma prova? Já não me lembro que dia ou que ano estamos. "Synchronicity II" é a segunda, o povo pula e canta. Andy sola e parece nos cortar ao meio com a guitarra. Stewart destrói a bateria ferozmente, ele também parece ter voltado no tempo. Sting agradece em português e faz nossos corações baterem ao ritmo de seu baixo.
O desfile de sucessos em novos arranjos continua sem parar. "Driven to Tears" vem mais roqueira, sem o funkeado original e me surpreende. "Truth Hits Everybody" menos nervosa e punk que o original. Os meteorologistas previam chuva torrencial, mas São Pedro também gosta de rock e fez o céu abrir a tempo de"Walking on the Moon".
O show terminou com "Every Breath you Take" e depois "Next to You". A viagem terminara. 2007. Suado, rouco, mancando e com a alma mais leve, eu estava de volta ao futuro. Uma pena que meu afilhado de 15 anos, filho daquele meu primo do primeiro parágrafo, não pôde estar aqui. Gostaria de ter compartilhado esse momento com ele. Como seu pai fez comigo.
2007. Eu estava ansioso pelo show. Ontem, tudo parecia menos importante, apenas algo a se interpor entre mim e o show. Tênis All Star, camisa e bermuda. Entramos cedo, e ficamos falando amenidades a espera do grande momento. As palavras passavam a minha frente sem que eu as notasse. Era como em Confortably Numb: "your leaps move, but I can't hear what your saying".
Aos primeiros acordes de "Vital e sua Moto" já não era mais 2007, era 1987. Apesar da minha artrose constantemente me lembrar do peso de meus quase 37, ali, naquele momento eu tinha 16. Lembrei-me do meu primeiro show do Paralamas em 85. Hebert atacou os acordes iniciais de "Selvagem", música de mais de 20 anos, cuja letra poderia ter sido escrita há poucos meses atrás: "Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos e o espanto está nos olhos de quem vê o grande monstro a se criar." Alguém não vê isso todos os dias?
Ao final de "Óculos" eu estava emocionado e cantava a plenos pulmões, a voz já rouca e vi minha vida passar a minha frente. "Ah meu Deus era tudo que eu queria"...
Chegou o grande momento. Eles entram no palco e nos atacam com "Message in a Bottle". Respondo com palmas e canto o mais alto que posso. Será que amanhã tenho aula na ETFQ? Será que tenho alguma prova? Já não me lembro que dia ou que ano estamos. "Synchronicity II" é a segunda, o povo pula e canta. Andy sola e parece nos cortar ao meio com a guitarra. Stewart destrói a bateria ferozmente, ele também parece ter voltado no tempo. Sting agradece em português e faz nossos corações baterem ao ritmo de seu baixo.
O desfile de sucessos em novos arranjos continua sem parar. "Driven to Tears" vem mais roqueira, sem o funkeado original e me surpreende. "Truth Hits Everybody" menos nervosa e punk que o original. Os meteorologistas previam chuva torrencial, mas São Pedro também gosta de rock e fez o céu abrir a tempo de"Walking on the Moon".
O show terminou com "Every Breath you Take" e depois "Next to You". A viagem terminara. 2007. Suado, rouco, mancando e com a alma mais leve, eu estava de volta ao futuro. Uma pena que meu afilhado de 15 anos, filho daquele meu primo do primeiro parágrafo, não pôde estar aqui. Gostaria de ter compartilhado esse momento com ele. Como seu pai fez comigo.
"...The future is but a question mark
Hangs upon my head there, in the dark..."
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